Se isto não é maldade não sei o que será!
Entra um casal com duas meninas. Uma deveria ter uns 3 anos e outra deveria ter uns 6. Assim que entram a mãe diz para a pequenina: Vamos ver roupas giras para ti, fofinha?
A pequenina entusiasma-se e começa logo a mexer nas roupas todas. A mais velha, que tinha ficado junto ao pai, acaba por perguntar se também pode ver.
- Claro que sim, querida. Vê à vontade.
Não demorou muito para ver as duas meninas todas apaixonadas por uma ou outra peça. E, de repente, estavam ambas agarradas a algo, como se as suas vidas dependessem disso, a gritar:
- Compras mãe? Compras pai? Por favor??
Não era óbvio? Nestas idades tudo o que brilha ou tem lantejoulas é motivo de paixão imediata e, convínhamos, o que não falta nesta loja são brilhos e lantejoulas...
Qual seria a resposta esperada, pelo menos no meu entender? "Escolham uma cada uma". Não só porque sou a vendedora e até me dava jeito que isso acontecesse - Ora, queremos enganar quem? Estou aqui para vender! - mas principalmente porque foi a mãe que as incentivou para que vissem as peças. Não deveria estar mesmo a contar que elas gostassem de algo e pedinchassem?
O que de facto aconteceu? "Não querida, viemos só para conhecer a loja. Não vamos comprar nada!"
O que se seguiu a isto? Um berreiro pegado que só acalmou ligeiramente porque eu ofereci um balão para elas brincarem...
Fui só eu que previ este desfecho assim que a cliente disse que não?
Sinceramente, se a ideia era só ver das duas uma: ou não traziam as meninas ou não as incentivavam a ver.
É assim tão difícil chegar a esta conclusão?