No dia 8 de Novembro uma cliente pediu para guardar uma mala. Como sempre, foi avisada que as reservas eram feitas durante uma semana e, caso não viesse levantar nesse período, a reserva voltaria para a loja para ser vendida.
Lembro-me da cliente pedinchar que guardasse mais algum tempo porque queria mesma a mala mas não podia leva-la naquele momento. No entanto, como ela já me tinha falhado algumas reservas, mantive a condição de uma semana.
Ainda assim, uma vez que o inicio de Novembro foi anormalmente agitado, só notei que a reserva tinha passado a data uns 15 após o pedido. Contudo, mesmo passado todo esse tempo, a cliente não tinha vindo reclamar por ela.
Até ontem.
- Ainda tem a minha mala guardada?
- Não. Já passou muito mais de uma semana...
- Mas eu tinha dito que a vinha buscar. Eu queria mesmo aquela mala.
- E eu tinha-lhe dito que não podia guardar mais que uma semana.
- E já a vendeu? - olhando para todas as malas expostas - é aquela não é?
- Não, já a vendi. Logo no dia que a coloquei cá fora - queria tanto a mala que já nem sabia qual era
- Então e agora? Eu queria mesmo a mala!
- Eu compreendo mas eu disse-lhe que não podia guardar mais. E, mesmo assim ela ficou guardada mais tempo que uma semana porque eu não dei por ela antes. Se quiser escolher outra...
- Não! Eu queria mesmo aquela. Agora, por causa de si, não tenho mala para usar!
Claro porque, como toda a gente sabe, uma mala é algo tão indispensável como água, não é?