Como afundar um negócio em 3, 2, 1...
Já me tinha chegado aos ouvidos que uma lojista daqui do Cadaval tinha falado mal da nossa loja a uma cliente quando esta entrou na loja dela.
Hoje tive conhecimento que essa mesma lojista voltou a fazer o mesmo:
- Ai menina, não sabe o que me aconteceu...
- Então, está tudo bem?
- Lembra-se de vir cá por volta da altura do Natal e fazer uma grande compra?
- Sim, lembro-me. Aconteceu alguma coisa com as peças?
- Não, não. Imagine lá... Ia eu para o carro, que estava no estacionamento lá de baixo, quando ali a sua vizinha me chama a porta da loja dela...
- A minha vizinha...? - já que é para coscuvilhar, vamos fazê-lo como deve ser
- Sim, aquela ali a curva...
- Ah, a da Kukka!
- Exacto. Eu até já ali comprei tanta coisa... Cá para mim há mercado para todos e não é por comprar lá que não compro aqui ou não compro noutro lado qualquer.
- Claros! Cada um é livre de comprar onde quer.
- Nem mais! Ora, ia eu para o carro quando ela me chama e pergunta se eu gostava de fazer compras na vossa loja. Eu disse que sim, que nunca tinha tido problemas convosco nem com a vossa roupa... Sabe o que ela me disse?
- O quê...?
- Que eu era tola. Que devia vir perguntar aqui a vossa vizinha - a sorte é que somos todos vizinhos e quem quiser que adivinha de quem estão a falar - de onde a vossa roupa vinha porque não tinha qualidade nenhuma...
- A sério?
- Estou a dizer-lhe...! Também respondi-lhe logo que não ia perguntar a ninguém porque tanto me fazia se a roupa vinha dos chineses, dos indianos ou dos ciganos. O que me interessava é que eu gostasse e me ficasse bem!
- Realmente se há necessidade disto...
- Nenhuma! Eu acho mesmo que há mercado para todos.
- Também eu! Quantas vezes é que eu até recomendo a loja dela aos clientes quando eles procuram algo que eu não tenho... Aviso logo que os preços são mais elevados por causa da imposição das marcas mas não falo mal...
- E assim é que deve ser. Digo-lhe já, não gostei nada da postura dela. Nunca mais lá pus os pés!
E assim se estraga um negócio. Tanto se quer inferiorizar os outros que quem acaba prejudicado são os próprios